O presente trabalho visa discutir os aspectos da formação da classe trabalhadora no século XIX, assim como os respectivos movimentos operários deste contexto histórico que deram início às transformações significativas nas relações de trabalho. Para tal empresa, propôs-se o uso de discussões contidas no filme "Germinal", filme do ano de 1993 dirigido por Claude Berri, que apresenta uma situação específica dos mineiros franceses do século XIX e demonstra, com fidelidade e efeito, as condições, demandas e anseios dos trabalhadores daquele momento histórico. Partindo destes objetivos e tema motivador, tentaremos compreender os fenômenos aí apontados por Claude Berri, que estão relacionados a uma estratificação visível da sociedade polarizando trabalhadores que apenas dispunham de seus braços para sustentar-se e, do outro lado, aqueles que dispunham de instrumentos, aparelhos, máquinas, enfim, todos os recursos necessários para potencializar as capacidades produtivas dos braços dos primeiros (meios de produção). Veremos como Marx apresenta tais fenômenos no Manifesto Comunista e como esta teoria se percebe, se confirma, se refuta, ou se modifica à luz das descrições do Manifesto Comunista na produção cinematográfica. De antemão sabemos que nas páginas do Manifesto Comunista temos algumas constatações que embasam e iluminam o capítulo histórico capturado e reproduzido na produção de arte do cinema supramencionada, – que é inspirada e, em certa medida, uma reprodução de um livro homônimo de época de autoria de Émile Édouard Charles Antoine Zola, ao qual é atribuída a fundação da literatura naturalista – demonstrando como as primeiras organizações políticas trabalhistas se deram e como se configuraram. Assim sendo, tentaremos apontar quais as aproximações entre as discussões teóricas de Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista e as apresentações audiovisuais de Claude Berri apropriadadas dos discursos e denúncias do