Um dois tres
-nos sempre geral. A Filologia, sim, encerra todos os estudos possíveis acerca de uma língua ou grupo de línguas: Filologia portuguesa, Filologia indo-européia. [...]
Enquanto a Linguística estuda precisamente a língua ao longo da sua história, Linguística diacrônica, ou num dos seus momentos dados, Linguística sincrônica, encarando sempre a fala, a Filologia depende majoritariamente de documentos escritos: assim existe uma Linguística das línguas indígenas. Coutinho (1976, p. 17) nos traz uma definição simples e completa, que permite uma boa distância entre ela e a Linguística: “Filologia é a ciência que estuda a literatura de um povo ou de uma época e a língua que lhe serviu de instrumento”. Essa definição já explica que estudar a língua de Os Lusíadas cabe bem mais à Filologia que à Linguística. Nesse sentido mais restrito, a Filologia era praticada pelos antigos gregos e romanos, mas agora a língua escrita é muito mais frequente que naqueles tempos.
É claro que entre a Filologia e a Linguística existe um elo comum, que está no final da definição de Lima Coutinho: “[...] a língua que lhe serviu de instrumento” (1969, p. 17). Por tudo isso, creio também que os aspectos ortográficos antes pertençam à Filologia, e sejam em princípio indiferentes para a Linguística. Além disso, o campo da Filologia é mais amplo, porque há assuntos de que a Linguística ordinariamente não cuida, sem se falar dos aspectos literários que também não são abordados por ela * edições diplomáticas; *