Um caso, entre tantos, de abandono afetivo
Alessandra Fonseca de Melo
Educar, nos dias atuais, não é tarefa fácil. Embora se tenham aberto novas e múltiplas possibilidades para a educação, em razão mesmo do crescimento e do amadurecimento das ciências humanas,biológicas, exatas, contribuindo também para o avanço da tecnologia, cresceram em número e complexidade os desafios que a escola enfrenta.
Um destes desafios é consequência direta das mudanças pelas quais tem passado a família, na sua formação, estrutura e dinamicidade.
A mulher aponta como uma das responsáveis pelo sustento do lar, precisando ausentar-se de casa e do convívio com os filhos. O trabalho exige uma dedicação maior e uma formação individual contínua.
São cada vez mais numerosos os casos de pais separados, o que significa, em muitos casos, que outras pessoas se tornam responsáveis pela educação da criança e do jovem, ao mesmo tempo em que os limites ficam alargados, ou mal definidos.
São muitos os que hoje são educados ou “cuidados” por padrastos, madrastas, avós,tios ou tias, entre outros. Esses outros responsáveis,muitas vezes, já se encontram também ocupados, envolvidos com outras realidades anteriores à chegada desse menino ou menina cujos pais, por algum motivo,se ausentaram.
Este é o caso de André 1, 13 anos, que recentemente veio para a escola particular (1. Nome fictício, para preservar a identidade do aluno).
Perdeu sua mãe com 1 ano e meio, por causade anos de depressão, e posterior suicídio.Seus avós paternos já haviam falecido antes mesmo de seu nascimento. Seu pai, com quem passou a maior parte do seu tempo até os dias de hoje, é uma pessoa instável,emocionalmente falando, que sobrevive basicamenteda pensão que a mãe deixou para o filho.
Logo após o falecimento de sua mãe, André foi para a casa de seus avós maternos,onde permaneceu pouco tempo. O pai reivindicouo direito à guarda do menino, comquem ficou desde então. A visita aos avósficou restrita a uma vez a cada