Um breve histórico do planejamento urbano no Brasil
Módulo 1 – Unidade 1
Um breve histórico do planejamento urbano no Brasil
1 – O contexto: rápido crescimento urbano x planejamento
Em pouco mais de 50 anos, saímos de um país majoritariamente rural1 para um país urbano, que apresenta 81% da população, estimada em 170 milhões pelo IBGE
(Censo IBGE, 2000), habitando as cidades.
O expoente máximo deste rápido processo de urbanização brasileiro, é a cidade de São Paulo, que por volta de 1886 possuía cerca de 50 mil habitantes e chegou a 1922 com uma população estimada em 580 mil pessoas. Vinte anos mais tarde a cidade já se encontrava com 1,3 milhões de habitantes (ROLNIK, 1997: 19) e, segundo dados do
IBGE (Censo IBGE, 2000), a população estimada é de 10,5 milhões.
O crescimento acelerado das áreas urbanas não foi, no entanto, uma prerrogativa das grandes cidades. No mesmo período, observamos no Brasil o surgimento de metrópoles mundiais, como São Paulo e Rio de Janeiro, de metrópoles nacionais e regionais, como Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Cuiabá, Porto Alegre e Belém e de cidades de médio porte que se tornaram referências em suas regiões, a exemplo de
Campina Grande, Feira de Santana, Caruaru, Mossoró e Sobral. Além disso, houve um aumento significativo do número de municípios no país e da população em geral.
Essa transformação no perfil de urbanização do país deixa claro, através de números, o processo de inchamento populacional das cidades que não foi, entretanto, acompanhado por um incremento na infraestrutura disponível, comprometendo as condições de vida oferecidas à população. Termos como favelização, cortiços, problemas urbanos, transporte de massa, caos urbano, planejamento urbano, planos
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Por volta de 1950, 33 milhões de pessoas habitavam o campo, contra 19 milhões que habitavam as cidades (GOUVÊA, 2005: 30).
Apoio:
urbanos, esvaziamento dos centros, diagnóstico dos problemas da cidade, dentre outros,