Um ano entre os esquimos

Um ano entre os esquimós Franz Boas
"A descrição de algumas experiências que tive no Ártico não trará aventuras emocionantes, como naufrágios e escapadas por um triz, pois não as vivi". Franz boas chegou a Ilha de Baffin, que compõe o arquipélago ártico, e seus primeiros meses foram permeados por pequenas excursões.

Boas utilizava um método simples para coletar informações, promovia viagens curtas, ao lado de seu ajudante e um esquimó. Analisava o ambiente a sua volta a procura de características que comprovassem a sua tese inicial de que o comportamento humano era fruto de fatores geográficos.

Analisou o gelo, a neve, a maneira como os nativos interagiam entre si, a relação entre cães e esquimós, os mecanismos de construção das casas, as formas de caça e como viajar no inverno e no verão com os diferentes tipos de terrenos e as particularidades que os envolviam.

Sobre as suas crenças e tradições esquimós, Boas dissertou sobre o principal culto religioso local: a lenda de Sedna. Rainha soberana do mundo inferior – permeado por sofrimento e angustia - ela era a responsável por ter dado a vida as focas e as baleias. Sua irá para com os esquimós era justamente por eles se alimentarem dos animais que surgiram de sua própria carne. Todos os anos os esquimós, através de rituais, espantam Sedna e comemoram durante um dia inteiro com festas e atividades que envolvem toda a aldeia.

O conto de Qaudjaaqduq, outra historia descrita por Boas, é comumente contada pelos esquimós. Nela, um menino chamado Qaudjaaqduq desprezado por todos da aldeia, por ser pequeno e fraco é ajudado pelo bom homem da lua, que o faz crescer e se rebelar contra todos aqueles que o fizeram sofrer. O homem da lua aparece como protetor dos órfãos e é um dos mais fortes espíritos bons da mitologia esquimó.

No final do texto Boas descreve os espíritos menores, os tornait. Os homens com a ajuda destes se tornariam os Angakoq; feiticeiros com o dom de serem curandeiros. Trás também