Técnica do Incidente Crítico (TIC)
A técnica do incidente crítico teve sua origem em 1941, com a sistematização por J. C. Flanagan de técnica desenvolvida em estudos comportamentais realizados no Programa de Psicologia da Aviação da Força Aérea dos Estados Unidos da América. Entre 1941 e 1945, vários estudos foram realizados no intuito de identificar exigências críticas determinantes para o sucesso ou fracasso de uma determinada atividade (FLANAGAN, 1973). Destacam-se:
• a análise das razões específicas do fracasso na aprendizagem de voo, que forneceu subsídios para melhorias no programa de pesquisa para seleção de pilotos;
• a identificação das razões de fracassos em missões de bombardeio, através da análise sistemática por observadores especialistas dos relatórios das missões, o que resultou em relevantes aprimoramentos dos procedimentos de seleção e treinamento das tripulações;
• coleta e análise de incidentes comportamentais positivos e negativos relacionados à liderança no combate, resultando em um conjunto de exigências críticas comportamentais para a liderança em combate;
• identificação de situações e causas de desorientação em voos de combate, que acarretou recomendações de mudanças na carlinga e no painel de instrumento dos aviões, bem como em alterações no programa de treinamento de pilotos. Com o final da II Guerra Mundial, Flanagan e outros psicólogos do Programa de Psicologia da Aviação da Força Aérea Americana organizaram o Instituto Americano de Pesquisa, com o objetivo de estudar sistematicamente o comportamento humano, através de um programa de pesquisa que seguia os mesmos princípios utilizados no Programa da Aeronáutica. É em 1947, através de estudos desenvolvidos no Instituto que acontece a sistematização da técnica e a denominação formal como incidente crítico. No Brasil, Dela Coleta foi o primeiro a utilizar a técnica em 1970, em um estudo que buscava definir critérios para seleção e avaliação de ajudantes de eletricista de uma