psiquiatria na enfermagem
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DEFININDO QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS PORTADORAS DE PROBLEMAS DE
SAÚDE MENTAL
Sueli Aparecida Frari Galera*
Marina Borges Teixeira**
GALERA, S.A.F. ; TEIXEIRA, M. B. Definindo qualidade de vida de pessoas portadoras de problemas de saúde mental. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, número especial, p. 69-75, maio 1997.
Este trabalho contribui para a construção do conceito de qualidade de vida a partir de incidentes críticos relatados por doentes mentais e seus acompanhantes num ambulatório de saúde mental da rede pública do Estado de São Paulo.
UNITERMOS: enfermagem psiquiátrica, qualidade de vida, técnica do incidente crítico
INTRODUÇÃO
Desde a década de sessenta a assistência psiquiátrica tem enfatizado que a doença mental pode ter um prognóstico mais otimista se o doente for tratado na comunidade onde vive e adoeceu. Desde esse período também tem aumentado o interesse pela qualidade de vida do doente mental tratado na comunidade.
Nas pesquisas sociais e de saúde, a partir da década de setenta, a qualidade de vida vem sendo definida por fatores objetivos e subjetivos que contribuem para o bem estar e para o atendimento das necessidades humanas. Estes estudos têm por premissa básica que a qualidade de vida do doente mental é um reflexo da assistência que ele recebe e por isto este tema deve ser incluído na avaliação e no planejamento da assistência
(LEHEMAN, 1983; BURCHARDT et al. 1989;
PINKNEY, et al, 1991; ZHAN, 1992).
Os estudos desenvolvidos por LEHEMAN (1983) e por McGILP (1991), buscam identificar quais aspectos da vida do doente são afetados pela doença mental. Para
SYLVESTER & BEAN (1989), o interesse é demonstrar que a qualidade de vida do doente mental é um fator importante que determina o tempo de permanência deste na comunidade, após uma internação psiquiátrica. Quanto melhor é a qualidade de vida na