Tupi
1. Introdução
Estudos demonstram que os tupis teriam habitado originalmente os vales dos rios Madeira e Xingu, que são afluentes da margem meridional do rio Amazonas. Estas tribos, que sempre foram nômades, teriam iniciado uma migração em direção à foz do rio Amazonas e, de lá, pelo litoral para o sul.
Os índios do tronco tupi moravam (e ainda moram) em grandes cabanas comunitárias feitas de troncos e folhas de palmeira. Dentro de cada cabana, chamada oka, moravam várias famílias, sem que houvesse divisórias entre as famílias. Cada família possuía seu próprio fogo e diversas redes de dormir confeccionadas com fibras vegetais, cipós e algodão. No centro da cabana, morava o chefe da cabana.
2. Aspectos Culturais
Divisão do Trabalho
A divisão do trabalho era feita de acordo com o sexo e a idade. As mulheres, além dos afazeres domésticos, ocupavam-se da agricultura e da coleta e colaboravam na pesca. Encarregavam-se da preparação do cauim - bebida fermentada à base de mandioca - e de muitas atividades artesanais, como tecer redes, trançar cestos, fazer tapetes etc.
Além da derrubada da mata e da preparação da terra para o plantio, os homens ocupavam-se da caça, da pesca e da fabrica de canoas, armas de guerra e instrumentos de trabalho. Deviam erguer as habitações, defender a aldeia, tomar parte da guerra e executar os prisioneiros, se sua tribo praticava a antropofagia. Também eram os homens que exerciam a função de curandeiros.
Religião
O principal culto entre os tupis que habitavam o litoral brasileiro no século 16 era o de Jurupari. Tupã, o trovão, era uma divindade secundária, que não possuía rito próprio. Exatamente por não possuir rito próprio, os padres católicos que procuravam difundir o cristianismo entre os índios escolheram Tupã como um símbolo para o deus cristão, de forma a facilitar a compreensão do cristianismo pelos índios, enxertando, na figura de Tupã, os princípios cristãos. Ao mesmo tempo, associaram Jurupari ao diabo cristão, de