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A crise conjuntural que o setor enfrenta é reflexo de um desajuste entre oferta e demanda com o agravante da alta do preço do milho, principal insumo. A oferta, em 2011, é superior à do ano passado. Avaliamos, preliminarmente, que o número de animais abatidos tem crescido entre 1% e 1,5%, na comparação com 2010. O peso médio dos animais, porém, está cerca de 3% superior ao de 2010, como reflexo de aumentos de produtividade e eficiência. Temos, portanto, uma oferta de carne suína superior a 4% em relação à do ano passado.
Já a demanda interna apresenta desaquecimento, difícil de ser medido com exatidão. Mas podemos afirmar que, claramente, a demanda por produtos industrializados caiu, sendo que algumas linhas de produtos experimentam forte declínio. O desaquecimento da economia, objeto da política macroeconômica atual, atingiu a suinocultura diretamente.
A demanda externa também caiu cerca de 4%. Exportamos, de janeiro a maio de 2010, 222 mil toneladas, em comparação a 214 mil t no mesmo período de 2011. Infelizmente, as exportações de carne suína continuam muito concentradas em poucos países. Não conseguimos ainda abrir os principais mercados. Dos quatro maiores importadores, somente vendemos para um, a Rússia. Falta abrir os mercados do Japão, da Coreia do Sul e do México. Observo que a crise atual ainda não é reflexo do embargo sanitário imposto recentemente pela Rússia a três Estados – Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. Na primeira quinzena de junho, ocorreu mesmo uma antecipação de embarques, antecedendo o fechamento do mercado russo ocorrido no dia 14 daquele mês.
Acredito que o embargo russo será rapidamente resolvido, pois, finalmente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) entregou à autoridade sanitária russa as informações solicitadas, apesar de isso ter acontecido com significativo atraso.
Destacamos que crises conjunturais de excesso de oferta e pouca demanda