Tudo o que faço ou medito

Interpretação do poema
“Tudo o que faço ou medito”

Eduardo Bastos, 12ºE
Introdução
Este trabalho consistirá na interpretação dos dois últimos versos do poema “Tudo o que faço ou medito” de Fernando Pessoa e compra-los à citação “Há entre mim e o mundo uma névoa…”.

Análise do poema

Nos primeiros versos do poema podemos facilmente encontrar o desfasamento entre o que ser quer e o que se faz: “ Tudo o que faço ou medito // Fica sempre na metade”, quer isto dizer que todos os desejos do sujeito poético ficam incompletos e este nunca conseguirá cumprir plenamente os seus objetivos.
Na verdade, o poeta têm como meta a totalidade, o tudo e o todo: “Querendo, quero o infinito”, mas o que realmente acaba por realizar é o nada “Fazendo, nada é verdade”.
Deste modo o sujeito poético encontra-se num ódio a si próprio, numa auto-repugnância devido à incapacidade de concluir o que quer “Que nojo de mim me fica // Ao olhar para o que faço”.
Pode-se inclusivamente afirmar que tudo este nojo pode ser ampliado devido à alma do poeta ser iluminada, cheia de ideias, de sonhos, de vontades ou pensamentos, etc.…”Minha alma é lúcida e rica”, porém, a pessoa em si, o ser que existe no real é inútil, uma grande massa vegetal que impede a “embarcação da sua alma” de progredir e rumar para puder cumprir os seus objetivos “E eu sou um mar de sargaço-“ (note-se que o – têm a função de reticencias).
Na última quadra o autor descreve o “mar de sargaço” que referiu na estrofe anterior, “Um mar onde boiam lentos // Fragmentos de um mar de além…”, ou seja, ainda existe no ser real, o inútil que nada faz, traços da alma rica que este possui. Só que esses fragmentos encontram-se num estado de grande vagar, num movimento puramente vertical e que por isso não levará o sujeito a cumprir os seus sonhos.
No final, e tendo em conta a análise dos versos anteriores, o autor questiona-se acerca dos fragmentos, do que