Três mosqueteiros
Os Três Mosqueteiros
Alexandre Dumas
O jovem D'Artagnan
O jovem D'Artagnan saiu da casa paterna na Gasconha aos vinte anos, quando se sentiu capaz de enfrentar a vida em Paris. Seu sonho era pertencer aos mosqueteiros, a guarda especial do rei, na qual seu pai havia servido. Os mosqueteiros eram muito apreciados pelo rei
Luís XIII, a quem eram fanaticamente leais, e muito temidos pelo
Cardeal Richelieu, o poderoso ministro do monarca. As aventuras vividas por seu pai na suntuosa e rica Paris, contadas com riqueza de detalhes, faziam o jovem sonhar com a bela farda dos mosqueteiros.
Seu pai era um nobre de boa estirpe e nenhuma fortuna, sendo toda a sua riqueza a reconhecida honradez e a inquebrantável coragem.
Ao permitir a partida de seu filho, entregou-lhe a espada de bom aço, que usara a serviço do rei, um cavalo velho e estropiado e quinze escudos, o pouco dinheiro de que dispunha. Juntamente com muitas advertências e conselhos, fez questão de recomendar:
- Ao chegar à corte, não se esqueça nunca de que você é um nobre. Você só deverá inclinar-se diante do nosso bom rei Luís XIII e de Richelieu, o Cardeal. Nunca se humilhe diante de ninguém e, se for necessário, defenda sua honra com esta espada, que jamais foi vencida. D'Artagnan partiu, levando apenas duas mudas de roupa e um ou outro objeto de uso pessoal.
No bolso junto ao peito, levava uma carta escrita por seu pai e destinada ao Sr. de Tréville, oficial comandante do Regimento dos
Mosqueteiros, velho amigo e companheiro de armas de seu pai. Nela havia o pedido de incorporar o jovem fidalgo aos valentes mosqueteiros. Cavalgando sem pressa para não sacrificar sua velha montaria,
D'Artagnan alcançou a cidade de Meung, a meio caminho de Paris.
Como já passava do meio-dia, dirigiu-se a uma estalagem para comer alguma coisa e dar descanso ao animal.
Ao aproximar-se da