Troco pelo correio
Até hoje a tenho guardada. É uma moeda de um centavo de dólar. Uma ninharia. Naquela sexta-feira, pouco antes do meio-dia, passei na gráfica da Andrews University a fim de pegar um material para apresentação em classe. Somou 11,34 dólares. Como aluno sempre anda com moeda no bolso, felizmente eu tinha dinheiro miúdo. Paguei 11,35, e a senhora que me atendeu se desculpou pelo fato de não ter um centavo de troco naquele momento. Eu disse: “Imagina! Um centavo. Não precisa.” Como brasileiro acostumado a escutar: “Posso ficar lhe devendo cinco centavos?”, aquilo não era nada.
A surpresa para mim veio três dias depois quando recebi um envelope com a cópia do recibo e a moeda de um centavo colada no papel com fita adesiva. Eu nem me lembrava mais. Olhei no envelope para ver quanto tinha custado a remessa pelo correio: dezoito centavos. Pensei: “Mas que maneira de cuidar de um item tão pequeno e sem valor, que muita gente passa por alto.” Ela poderia ter pensado: “Ah! Coisa tão pequena. Se ele mesmo disse ‘deixa pra lá’ e nem se lembra mais, para que vou me dar ao trabalho de enviar um centavo?”
Por que guardo a moedinha até hoje? Pelo seu valor simbólico. Para me lembrar de uma senhora que quis ser honesta e leal primeiramente consigo mesma, e que podia se ver no espelho pela manhã e ficar feliz pelo que fez. Mesmo que não faça sentido na mente do outro, deve fazer sentido para você.
Devemos viver uma vida alinhada com nossos valores e com aquilo que cremos. As promessas e compromissos que assumimos com nós mesmos são tão importantes como os compromissos firmados com outras pessoas e que não deveríamos deixar apenas no nível das intenções, empurrando a consciência para o lado quando ela grita para fazer o que é certo.
“A maior necessidade do mundo é a de homens [...] que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos” (Ellen G. White, Educação, p. 57).
Num salmo intitulado