Troca de dna promete avanços no combate a doenças genéticas
Por GAUTAM NAIK
Cientistas substituíram fragmentos de DNA defeituoso em um óvulo humano pelo DNA equivalente de um óvulo saudável, uma técnica que pode impedir que as mulheres passem aos filhos várias doenças raras e possivelmente mortais.
Em um teste de laboratório, a metade dos óvulos contendo o DNA transplantado foi fertilizada, e muitos deles vieram a produzir embriões humanos saudáveis. Esse estudo mais recente é uma extensão de um experimento de 2009 realizado com macacos pela mesma equipe americana.
A experiência com macacos foi levada mais um passo adiante, levando ao nascimento de filhotes. No estudo mais recente, publicado quarta-feira na revista "Nature", os cientistas relatam que esses animais, agora com três anos de idade, estão vivos e passando bem.
Incentivados pelos resultados com macacos e seres humanos, "esperamos iniciar os ensaios clínicos em dois ou três anos", disse Shoukhrat Mitalipov, biólogo de desenvolvimento da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (OHSU, na sigla em inglês), o Estado americano, e um dos autores principais do estudo, realizado principalmente por pesquisadores da OHSU.
O experimento representa um grande passo para o tratamento de diversos males incuráveis conhecidos como doenças mitocondriais. A maior parte do código genético da pessoa reside no núcleo da célula, e é composta por uma contribuição igual do pai e da mãe. No entanto, pequeninas estruturas que flutuam na célula, chamadas mitocôndrias, também contêm alguns genes, que são herdados exclusivamente da mãe.
As mitocôndrias são as usinas da célula, convertendo em energia útil os carboidratos e gorduras consumidos pela pessoa. Os defeitos genéticos perturbam este processo. É por isso que a doença mitocondrial afeta principalmente os órgãos que utilizam muita energia, tais como coração, cérebro, fígado e rins. As mutações genéticas nas mitocôndrias podem causar doenças em vários órgãos. As crianças