Trifluoreto De Cloro
Agora, algumas explicações adicionais:
Sabemos que tanto o cloro quanto o flúor são átomos do grupo 17 da tabela periódica e que, portanto, possuem 7 elétrons de valência.
A tendência nesses átomos é ganhar um elétron e completar 8 elétrons na camada de valência.
Eles podem fazer isso por ionização (ganhando um elétron) ou por formação de ligação covalente com outro átomo (nesse caso um do mesmo grupo).
No entanto, o ClF3, como vocês devem ter percebido pelo texto acima, excede o tal de número mágico “8″. Ou seja, ele viola a “regra do octeto”.
Como eu disse antes, essa regra não é regra, é mais uma tendência que os átomos apresentam de tentar completar 8 elétrons na última camada. Alguns conseguem, principalmente os do primeiro e do segundo períodos da tabela periódica.
Os do terceiro período da tabela, como o cloro, podem exceder esse número desde que as condições adequadas se apresentem.
O cloro, no caso da molécula de ClF3, acaba fazendo três ligações covalentes com o flúor e deixando dois pares de elétrons não-ligantes, o que nos deixa com 10 elétrons na última camada.
Ah, ficaram chocados com isso? Pois bem, é assim que funciona o mundo real. Como a “regra” não é nem regra e muito menos “lei do octeto”, as moléculas do mundo real ignoram essa nossa vontade de que elas tenham sempre 8 elétrons na última camada e adquirem tantos elétrons quantos acharem necessário.
Sorry vestibulandos e professores de cursinho, o mundinho perfeito de vocês ruiu. (E eu sei que o que estou falando não é novidade nenhuma, apenas que dificilmente chega aos bancos escolares, restando a tarefa para professores do ensino superior chocar seus alunos quando chegam em uma disciplina de Química Geral ou de Química Inorgânica).
Esse post é baseado em um projeto da Sociedade Brasileira de Química chamado “365 dias de Química”, que se dedica a falar de uma molécula por dia durante um ano. Esse projeto é uma das atividades referentes ao ano internacional da Química,