Traumatismo dentário
A prevalência e incidência dos traumatismos dentários nas dentições decídua e permanente tem sido objeto de estudo em diversos países. As injúrias aos dentes e suas estruturas de suporte podem ser classificadas como fraturas (coronárias, radiculares ou coronorradiculares), luxações laterais, luxações extrusivas, intrusão e avulsão dentária. O tipo de trauma, assim como tempo decorrente entre o trauma e o atendimento, são importantes aspectos a serem considerados durante o tratamento e avaliação do prognóstico do caso [1]. É importante ressaltar que os manejos das lesões traumáticas na dentição decídua e permanente apresentam algumas diferenças [2]. Devido à íntima relação entre o ápice radicular do dente decíduo e o germe do dente permanente, algumas alterações no processo de erupção e de formação dentária devem ser consideradas [2]. A distribuição das lesões dentárias traumáticas pode ser analisada quanto à idade da criança, gênero, tipo de lesão e a localização da lesão, conforme observado abaixo: a) Quanto à idade: Em relação à incidência de traumatismos na dentição decídua, a maioria das lesões é verificada em crianças entre 2 e 3 anos de idade (Grau de evidência A) [3]. Na dentição permanente, a prevalência de lesões traumáticas, na maioria dos estudos, é de, aproximadamente, 10% (Grau de evidência A) [4]. Todavia, as faixas etárias compreendidas entre 7 a 10 anos e 15 a 17 anos também merecem atenção (1). b) Quanto ao gênero: Na dentição decídua, a literatura não é conclusiva em relação à existência de diferença significativa na prevalência de traumatismo dentário entre o gênero masculino e feminino [3]. Todavia, para a dentição permanente, o gênero masculino apresenta maior prevalência de injúrias dentárias traumáticas quando comparadas ao gênero feminino (OR= 1,23; CI = 0,83 - 1,84, p=0,302; Grau de evidência A) [4]. c) Tipo de lesão traumática: Os tipos de lesões traumáticas diferem muito entre a dentição decídua e a dentição