Trauma Raquimedular
O envelhecimento da população mundial, inclusive da brasileira1, implica em maior incidência de doenças crônico-degenerativas causadoras de demência, entre as quais destaca-se a doença de Alzheimer (DA)2. A DA é a causa mais comum de demência em idosos, acometendo de 1% a pouco mais de 6% da população a partir dos 65 anos e atingindo valores de prevalência superiores a 50% em indivíduos com 95 anos ou mais3. No Brasil, os dados epidemiológicos são semelhantes. Em pesquisa feita em Catanduva (SP), 7,1% das pessoas com 65 anos ou mais apresentavam demência, sendo que DA foi diagnosticada em 55,1% desses casos4.
O diagnóstico definitivo da DA depende de exame anatomopatológico de tecido cerebral obtido em biópsia ou necrópsia. A despeito dessa limitação, a segurança do diagnóstico clínico é elevada, não havendo, portanto, indicação de biópsia cerebral com esta finalidade. A DA tem curso lentamente progressivo, com duração média de oito anos entre o início dos sintomas e o óbito. Paralelamente às alterações cognitivas características da doença, transtornos de comportamento são comuns, sobretudo nas fases mais avançadas, representando significativo fator de estresse para os familiares e cuidadores5.
Há diversos aspectos éticos relacionados ao acompanhamento de pacientes com DA, como a questão da informação do diagnóstico provável ao paciente6 ou a autorização para a realização de necrópsia com intuito de confirmação diagnóstica ou com finalidade de pesquisa. Além disso, os cuidadores familiares de pacientes com diagnóstico da doença padecem de importante sobrecarga física e psíquica que, não raro, levam a uma má qualidade de vida desses indivíduos7.
No Brasil, há muito poucos estudos sobre essas questões. O presente trabalho teve como objetivo investigar, por meio de questionário específico, as opiniões de 40 familiares cuidadores sobre aspectos relacionados ao diagnóstico e prognóstico destes pacientes.
Conceito de doenças neurodegenerativas