Trauma Raquimedular
Objetivos:
1. Revisar a fisiopatologia da lesão medular
2. Enfatizar a importância da classificação neurologica e funcional do TRM segundo protocolo da ASIA e da Medida de Independencia Funcional
3. Sistematização do atendimento geral do paciente com TRM
4. Enfoque dos principais cuidados do paciente com TRM na UTI
1. INTRODUÇÃO
A lesão medular provocada por traumatismo raquimedular, determinando déficit de funções motoras e sensitivas é uma das mais catastróficas condições médicas. Por seu caráter incapacitante abala profundamente a auto-estima e a produtividade da pessoa acometida. O impacto socioeconômico se reflete não só no indivíduo, mas em sua família e na comunidade como um todo.
Estima-se uma incidência de 30 a 40 casos de lesões medulares traumáticas, com para ou tetraplegia, por 100.000 habitantes por ano, o que significa 6.000 novos casos por ano no Brasil. Levando-se em consideração a população do estado do Paraná, corresponde a um caso novo por dia, e em relação à cidade de Curitiba, 1 pessoa a cada semana. Acomete predominantemente indivíduos do sexo masculino (80%), numa faixa etária jovem, sendo a idade média dos pacientes, na maioria das séries publicadas, em torno de 25 anos.
A coluna cervical é o segmento mais vulnerável, correspondendo a 50% dos casos. Os outros 50% referem-se a traumas torácicos (29%), lombares (15%) e sacrais (4%). As causas mais freqüentes são acidentes com veículos (aprox. 60%), quedas, incluindo mergulho em água rasa (20%), violência urbana (15%), esportes (4%), e relacionados ao trabalho (1%).
Somente 5% das lesões medulares ocorrem em crianças. No grupo de idade menor que nove anos, 67% das lesões medulares cervicais ocorrem no segmento superior (occiput-C2). O índice de fatalidade é mais alto no grupo de crianças que em adultos (o oposto à situação do trauma craniano), sendo a causa de morte mais freqüentemente relacionada a outras lesões associadas, que a lesões