trauma raquimedular
Entende-se por traumatismo raquimedular (TRM) lesão de qualquer causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não a medula ou as raízes nervosas, em qualquer dos seus segmentos (cervical, dorsal, lombossacro). Frequentemente está associado a trauma cranioencefálico ou politrauma.
As emergências relacionadas com lesões traumáticas da medula espinal e da coluna vertebral necessitam de grande atenção diante do drástico quadro clínico acompanhado de suas repercussões sociais e econômicas geradas para o paciente e para a sociedade. Essas lesões devem ser reconhecidas precocemente para que o diagnóstico possa ser imediatamente confirmado e o seu tratamento instituído, evitando que a perda de função se torne permanente. Os dados mais importantes para a suspeição de uma emergência raquimedular vêm da história e do exame clínico. O plantonista deve estar atento para os “sinais de alerta” fornecidos pela história e pelo exame clínico, os quais contribuem para o diagnóstico de uma doença emergencial subjacente.
Os exames laboratoriais e radiológicos simples podem contribuir. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética da coluna vertebral podem definir a anatomia, apresentando, contudo, elevados custos e altos índices de exames falso-positivos. Nos casos complexos e duvidosos, o paciente deve ser encaminhado para um serviço com neurocirurgião ou ortopedista especializado em doenças da coluna vertebral. Neste capítulo discutimos a conduta em pacientes com TRM desde a cena do acidente, assim como os mecanismos de trauma, o atendimento especializado e as principais síndromes clínicas.
EPIDEMIOLOGIA
A epidemiologia da lesão medular vem sendo exaustivamente estudada nas últimas três décadas. De acordo com levantamento nacional realizado pelo autor, as fraturas da coluna vertebral são diagnósticos frequentes na maioria dos serviços de emergência. Ocorrem aproximadamente 60 a 70 casos para cada 100 mil habitantes por ano e 10% desses