Transportes
Disputa pela liderança
Por Débora Carvalho, de Brasília Biocombustíveis já representam 25% do consumo brasileiro de combustíveis líquidos. Mas ainda falta ao Brasil organizar a produção e a distribuição e diversificar as matérias-primas utilizadas
Depois de mais de três décadas dedicadas a desenvolver e aprimorar a tecnologia e a produção de biocombustíveis, o Brasil se prepara para assumir definitivamente a liderança nesse mercado. Os desafios são consolidar as técnicas já dominadas pelo país - como a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar, e de biodiesel, as mais eficientes do mundo -, organizar o mercado, estabilizar a distribuição desses produtos e sair na frente no desenvolvimento dos biocombustíveis de segunda geração, produzidos a partir de diversas fontes de biomassa não usadas na alimentação humana, como o próprio bagaço da cana. Prioridade desde o início do governo Lula, os biocombustíveis têm atenção especial de um pelotão formado na Esplanada dos Ministérios com a finalidade específica de criar políticas públicas de apoio à pesquisa, produção e organização do mercado de bioenergia no país. O grupo é composto pelos ministérios de Minas e Energia, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, liderados pela Casa Civil. Hoje, o Brasil possui mais de 400 usinas em funcionamento e a produção estimada de etanol para esta safra, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), é de 26,3 bilhões de litros. Na produção de biodiesel, além das quatro usinas criadas, a partir de 2008, pela Petrobras Biodiesel - em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG) -, existem mais 43 controladas por capital privado. No ano passado, foram produzidos no país 1,16 bilhão de litros desse biocombustível. Essa estrutura de produção permite ao Brasil hoje estar à frente de outros países também na geração de demanda para esses produtos. Segundo a