Transformações Societárias e Serviço Social
No artigo “Transformações societárias e Serviço Social - notas para uma análise prospectiva da profissão no Brasil”, Netto faz uma discussão sobre o quanto as transformações societárias interferem na dinâmica da vida social e os impactos sobre a profissão, nas áreas de intervenção profissional, no suporte de conhecimento e nas funcionalidades do Serviço Social.
Segundo o autor, há alguns equívocos que devem ser evitados, como ele mesmo coloca a “fuga para o futuro” como uma saída para escapar às dificuldades presentes, tal como converter a prospecção entendida como análise projetiva em operação especulativa. O desvendamento das transformações societárias emergem na década de setenta, marcada por uma crise que assinalou o esgotamento do padrão capitalista monopolista, que vão marcar os anos oitenta e noventa. Com isso o capital monopolista vê-se forçado a encontrar alternativas de superação a esta crise, fundamentado num regime de acumulação “flexível”. A globalização redesenha o mapa político-econômico do mundo, para assegurar mercados e garantir a realização de superlucros. Mandel caracteriza esta nova fase como capitalismo tardio, um capitalismo mais maduro e avançado em seus padrões de acumulação. Essas transformações societárias vão tipificando a sociedade tardo-burguesa, alterando o “mundo do trabalho” e afetando a classe que vive da venda da força de trabalho.
Netto critica quanto a esse período de transformações significativas, a pouca atenção dada às modificações ocorrentes no interior da “classe que vive da exploração da força de trabalho”, e atenção maior voltada pelas ciências sociais ás mutações da classe operária. Enquanto isso, os representantes do grande capital estruturam uma oligarquia financeira global, garantindo sua hegemonia. Entra em campo uma mutação soiocultural estrutural, onde o capitalismo impõe cada vez mais sua dinâmica cultural em vários espaços, com 3 principais vetores (produção, divulgação, consumo) etc, sensíveis