Transexualidade
Sexo, gênero e sexualidade
Sexo, gênero e sexualidade são conceitos que envolvem amplas discussões e pouco consenso sobre sua compreensão nos diversos campos do saber, até mesmo do ponto de vista semântico.
A palavra “sexo”, só nos dicionários da língua portuguesa, apresenta, pelo menos, quatro significados. O primeiro é “biológico”, distingue macho e fêmea; o segundo é “classificatório”, refere ao conjunto de pessoas do mesmo sexo; o terceiro é sinônimo de sexualidade: sensualidade, volúpia, lubricidade; e, por fim, o último refere-se aos órgãos genitais externos.
O termo “gênero” também admite muitos significados. Para a antropologia, é a forma culturalmente elaborada que a diferença sexual toma em cada sociedade, e que se manifesta nos papeis e status atribuídos a cada sexo e constitutivos da identidade sexual dos indivíduos; na biologia, expressa uma categoria taxonômica compreendida entre a família e a espécie. Nas teorias sobre transexualismo,
“gênero” é considerado um termo com um campo semântico mais abrangente, que permite incluir
diversos
elementos,
individuais
e
sociais,
associados
ao
desenvolvimento da identidade sexual de cada um.
“Sexualidade” já é um termo de uso relativamente recente. No dicionário de uso comum, aparece como sinônimo de sexo e como conjunto dos fenômenos da vida sexual relacionados aos atos sexuais: prazer e reprodução, identidade, orientação e conduta sexual. As definições de sexualidade são elaboradas com base em três perspectivas: a essencialista, que enfatiza ao imperativo biológico e/ou natural da sexualidade, entendendo que esta é determinada por fatores biológicos e fisiológicos invariantes; a interacionista, que entende que a sexualidade desenvolvese por meio de uma interação de diversos fatores individuais (biológicos e psicológicos) e sociais; a construtivista, que explica a sexualidade como um constructo social e admite que a identidade sexual seja adquirida por