Trajetória do serviço social
Entre os negros que foram trazidos ao Brasil durante o período da escravidão, un grupo significativo provinha das culturas Bantos (área angolo-congolesa da Costa Ocidental e da Costa Oriental). Religiosamente, os Bantos conheciam o Ser-Supremo, denominado Zambi, mas suas práticas religiosas eram voltadas principalmente para o culto dos ancestrais, seres mortos que se comunicavam com os vivos através do processo da "possessão".
Os Bantos, cuja experiência religiosa era voltada para os antepassados, predominaram no sudeste brasileiro, nas áreas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
A respeito do caráter negro da umbanda, a questão é bastante complexa. Mesmo admitindo uma herança africana de origem banto, pelo mesmo processo como essa religião foi se constituindo, evidencia-se que a "sociedade branca" foi se apossando desse movimento religioso.
Desde seu surgimento no Brasil, a umbanda passou por um processo acentuado de embranquecimento. Essa ideologia propõe o branco como ideal a ser alcançado e, conseqüentemente, cria mecanismos para a fusão e o desaparecimento das outras etnias. Uma sessão de Umbanda com espadas militares invocando Ogum que se associa a São Jorge
É paradoxal, mas a umbanda nasce e se desenvolve neste clima que alimenta a negação do negro, mas aceitando, também, os pretos velhos como entidades benéficas que descem no terreiro.
É o reflexo de uma sociedade ambivalente e ambígua. Fala de democracia racial, mas o modelo é dos países brancos desenvolvidos; teoriza a harmonia das raças, quando, no entanto, as favelas estão cheias de negros.
Se, de um lado, exsiste um projeto de atenuar as diferenças, de outro, o que se oculta é uma grande desigualdade racial e