Trabalhos
O quadro forma uma série com o quadro o Dois de Maio. Após sua exibição ao ar livre por ocasião do retorno de Fernando VII, foram armazenados por longo tempo e é sabido que por volta de 1850 se guardavam no Museu do Prado, mas não se exibiam, talvez pelas críticas dispares que tiveram durante longo do tempo. O pintor José Madrazo, diretor do museu do Prado, chegara a afirmar que estas eram obras de discutível execução, muito inferiores aos retratos mais famosos do artista. Finalmente, foi com o auge do Romantismo e o Impressionismo que estas pinturas adquiriram fama mundial.
O quadro
A lenda conta que Goya, com 62 anos, após ter seguido de longe os acontecimentos, ter-se-ia chegado, mais tarde, com uma lanterna ao lugar dos fuzilamentos. Goya ainda não vivia nas cercanias de Príncipe Pío em 1808 e o quadro foi realizado seis anos mais tarde, portanto não foi uma reacção espontânea ao horror.
Em 1814, após a retirada napoleónica, restaura-se a dinastia Bourbon em Espanha com Fernando VII. Este regressa a Madrid, e é então que se projecta a ornamentação da cidade com decorações efémeras, como arcos triunfais. Goya vai pintar uma série de quatro pinturas, para, posteriormente, serem exibidos nas ruas. Contudo, só completou dois, A carga dos mamelucos e esta.
O quadro está pintado com poucos detalhes, chega-se directamente ao tema. Emprega uma luz quase natural.
Os acontecimentos na colina de Príncipe Pío estão representados com grande contraste, que reflectem a real desigualdade de forças: de um lado os oito soldados de infantaria, que estão representados com o seu fuzil, o uniforme e o chapéu um muro; do outro as vítimas, um grupo