Trabalhos Invisiveis
O retrato da invisibilidade marca várias outras profissões. João Alves, frentista há oito anos de um posto de gasolina localizado no bairro Atalaia, tem uma rotina de trabalho da qual não reclama. Chega às 6h, sai ao meio-dia. Ganha pouco, mas, segundo ele, não pode reclamar, pois com o pouco estudo que tem não arranjaria nada melhor. Pai de três filhos, ele é contundente ao dizer que mesmo gostando da profissão não quer que nenhum dos seus filhos siga seu exemplo. “Esse trabalho é para quem não tem estudo. Meus filhos estudam, eles podem ser médico, dentista, advogado. Com certeza, eles não se orgulham da minha profissão”.
O tratamento que recebe dos clientes varia. “Alguns chegam, já me conhecem, sabem meu nome, são clientes de muitos anos. Outros acham que por estarem dentro de um carro são melhores do que eu. Quem eu trato melhor? Claro que é o que me trata bem”, contou o frentista. João relatava suas histórias com alegria. Talvez estivesse se sentindo importante agora que alguém finalmente se interessava por aquilo que ele tinha para contar.
“Amo a minha profissão, ela é muito importante, mas as pessoas não reconhecem”. Foram as primeiras palavras de Messias Nascimento, garçom há 45 anos. Aos 64 anos de idade, seu Messias disse que já vivenciou muitas situações, algumas bastante desagradáveis. “A gente quando chega a uma certa idade começa a ser