Trabalhos de qualidade
Funcionários com qualidade de vida no trabalho são mais felizes e produzem mais
Antonio Lázaro Conte
Estamos observando, nos últimos anos, empresas nacionais passarem por uma revolução na produtividade. Segundo pesquisas apresentadas recentemente em revistas e jornais, o Brasil foi o segundo país em um ranking de aumento de produtividade na década de 1990. Essa revolução transformou a vida das pessoas nos grandes centros urbanos, estabelecendo um ritmo de vida considerado alucinante, com excesso de horas de trabalho e uma pressão excessiva para serem cada vez mais produtivas. O lado profissional passou, portanto, a ser a face predominante do ser humano, que se sentiu forçado a ser um superprofissional e, para tanto, não poupa esforços em jornadas de trabalho acima de 12 horas diárias.
Frise-se que, já na década de 1970, Guerreiro Ramos (1981) rediscutia a unidimensionalidade humana, focada exclusivamente na ótica do mercado. O fato, porém, é que esse ritmo vai sendo assimilado por todos na sociedade e passa a ser um novo padrão. Trabalha-se aos sábados, domingos, desaparecem os feriados etc. Tudo parece ir bem até que uma ou mais das esferas da vida do ser humano (familiar, social, física...) passam a apresentar problemas como, por exemplo: um filho drogado, um pedido de divórcio, um enfarte ou outros problemas de saúde. Nesse momento o superprofissional desperta-se, então, para as outras dimensões do ser
humano e questiona-se: Como conciliar a situação de empresária ou funcionária de longas jornadas diárias, com o papel de esposa, mãe e administradora do lar? Como conciliar os papéis de provedor financeiro do lar com o papel de pai, participando efetivamente da vida dos filhos? Esse painel chama nossa atenção para a necessidade de refletirmos sobre qualidade de vida e principalmente sobre qualidade de vida no trabalho, conhecida como QVT. A importância da QVT reside simplesmente no fato de que passamos em ambiente de