Trabalho
As cotas raciais não precisam ser defendidas e justificadas pela escravidão, não é necessário exemplificar o passado, pois o argumento desse problema é o racismo e isso é suficiente para justificar um tratamento diferenciado que vise estabelecer a igualdade de oportunidades. Porém, para que o defensor das cotas raciais não esteja sujeito novamente aos mesmos argumentos é preciso ver e diferenciar dois tipos de justificativas baseados no racismo: a alegação que o racismo vem desde a escravidão que os negros de hoje merecem receber benefícios, não porque seus antepassados foram prejudicados, mas sim porque as consequências do passado com seus antepassados refletem no presente deles. Com essa visão, a escravidão fez com que mesmo depois da abolição as desvantagens impostas aos negros foram passadas de geração em geração. A condição dos negros alforriados era a pobreza e restriçao de oportunidades educacionais, de empregabilidade, de moradia e de saúde, o mesmo ocorreu com a geração seguinte, em alguns casos perdura até os dias atuais, com a presença desigual dos negros concentrados nas faixas mais pobres da sociedade.
Precisamos substituir esses argumentos por justificativas voltadas para o futuro o objetivo das cotas não é compensar pela injustiça passada sofrida por alguns, mas garantir um bem futuro para a sociedade como um todo pois a ausência de negros nos principais cargos importantes para a população, e isso não é apenas prejudicial para os negros em geral e os jovens negros, mas à sociedade como um todo por diminuir a integração social e pelo fato de ser uma má distribuição. Há duas maneiras de justificar as cotas raciais, como um problema de retribuição e como um problema social com o foco no passado, em determinar que o branco deve algo ao negro que essa visão é um equívoco, porém se for encarada como um problema social o assunto se encaixa no presente, em saber se nos dias atuais os negros estão sendo