Trabalho
clássico - o da associação do império com elites locais dependentes. Mas ocorreu no auge da guerra fria e, dada a rejeição radical que teve do governo americano, inconformado com a nacionalização de empresas, não demorou muito para se tornar uma revolução comunista. Não importa, agora, saber se a revolução teria se limitado a ser uma revolução nacional se os Estados Unidos houvessem então aceitado as nacionalizações e negociado. Essa foi a tese que C. Wright Mills defendeu com energia em 1960, depois de ter feito uma demorada visita a Cuba naquele momento decisivo, em seu livro, Listen. Yankee. O que importa agora saber é se Cuba teve êxito ou não, e qual o futuro que tem diante de si.
O bom êxito de uma revolução nacionalista não pode ser medido por ter ela implantado a democracia no país. Seu objetivo e, portanto, o critério de seu sucesso é o fato de ela ter sido capaz de promover a revolução capitalista - de haver formado um Estado-nação autônomo e promovido a revolução industrial -, a condição necessária para que o processo de desenvolvimento econômico se torne sustentado e para que a democracia se consolide em um país. O bom êxito de uma revolução socialista, por sua vez, depende de haver ela logrado aumentar substancialmente a igualdade econômica entre seus cidadãos e, também, que esse resultado represente um caminho em direção à democracia.
Dados esses critérios, está claro que a Revolução Cubana foi bem-sucedida em alcançar a autonomia nacional, mas a formação de um Estado-nação não foi uma condição suficiente para que o país realizasse sua revolução industrial. Seu desenvolvimento econômico foi modesto e o país continuou primário-exportador. Deixou de ser grande exportador de açúcar, para o ser de zinco. Para se industrializar e passar a