Trabalho
A herança negra está em todos os lugares, em palavras, na arquitetura, na comida, em festas. Não seria diferente no Estado do Tocantins, que soma 25 anos de emancipação política e outros 300 de povoamento e consolidação de traços tão marcantes de seu povo.
Com 27 comunidades negras reconhecidas pela Fundação Palmares como remanescentes de quilombo e outras 37 em busca de reconhecimento, o Tocantins reúne elementos singulares, alguns reconhecidos como únicos.
“A forma de organização das comunidades quilombolas no espaço onde estão inseridas as caracterizam como únicas, reforçando um movimento de resistência e preservação da cultura negra”, lembra o historiador Luciano Pereira, enfatizando que todas as comunidades do Estado, mesmo aquelas que estão localizadas na mesma sede municipal, possuem características próprias, se diferenciando umas das outras.
São comunidades que mantêm vivos traços sócio culturais marcantes. É o caso de Lagoa da Pedra (Arraias), onde se realiza a Roda de São Gonçalo, ou Cocalinho (Santa Fé do Araguaia) , que mantém a dança do lindô e o hábito de assar bolos de puba e de tapioca na pedra. Já nos municípios de Natividade e Chapada de Natividade, a fusão entre as culturas negra e branca deram fundamento para presença de manifestações populares junto às atividades religiosas, como a dança da suça em meio aos festejos do Divino Espírito Santo. O mesmo ocorre em Monte do Carmo, onde festejos religiosos ganham as cores e os ritmos da suça e da congada.
Manifestações culturais
Também conhecida como súcia ou sússia, a suça é dançada no folclore de municípios como Paranã, Santa