Trabalho
Essa pergunta têm pelo menos dois aspectos importantes.
O primeiro está relacionado com o “cânon bíblico” (a lista dos livros considerados como inspirados) e o segundo com a interpretação/tradução.
O primeiro aspecto, sobre o cânon, ajuda a entender a diferença entre as diversas bíblias, sobretudo entre as bíblias católicas e protestantes/evangélicas exposta no quadro abaixo. De forma pratica há essencialmente uma diferença no Antigo Testamento sobre o número dos livros bíblicos e também quanto à ordem.
Na bíblia cristã há uma ordem e na Bíblia Hebraica outra. Quanto ao Novo Testamento a ordem é sempre a mesma e também os livros são iguais em todas as bíblicas cristãs. Na Bíblia Hebraica, como veremos, não existe o Novo Testamento.
Em relação a quem definiu a lista dos livros bíblicos (73 livros na bíblica católica e 66 naquela dos protestantes/evangélicos), não podemos falar de uma pessoa em particular, mas de acontecimentos.
A igreja católica definiu a “lista dos livros” bíblicos (o cânon) durante o Concílio de Trento (de 1545 a 1563), embora já no III século depois de Cristo a maioria dos livros de hoje constavam na lista.
A diferença entre as bíblias cristãs aparece com Lutero. Ele não retinha em alta consideração os livros de Ester, Carta aos Hebreus, Carta de Tiago, Carta de Judas e Apocalipse. Chamou a Carta de Tiago de “carta de palha”. Sobre o Apocalipse chegou a afirmar que “não via como o Espírito Santo pudesse tê-lo produzido”. Apesar disso, não excluiu tais livros da Bíblia. O problema existe, porém, com certos livros do Antigo Testamento: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1 e 2 Macabeus, ao lado de partes de Ester e Daniel (i. é, Est 10,4-16,24; Dn 3,24-90; 13-14). Esses textos não aparecem nas bíblias dos protestantes, embora existam naquelas dos católicos. De qualquer forma, na tradução de Lutero, eles estavam presentes, mas em