Trabalho
Os principais traços característicos do artesanato são os seguintes: a oficina que dirige é pessoal e não societária; nela o artesão assume uma posição de chefia ou mestre artífice; é possuidor dos instrumentos de trabalho; participa pessoalmente na elaboração dos bens e serviços que produz. O artesão exerce uma arte ou um ofício manual por sua conta, sozinho ou auxiliado por membros da sua família e um número restrito de companheiros ou aprendizes. Com a ajuda de ferramentas e mecanismos caseiros, visa produzir peças utilitárias, instrumentos de trabalho, artísticas e recreativas, com ou sem fim comercial.
O artesão tornou-se um agente económico que começou por produzir bens destinados ao seu consumo próprio, à troca directa por bens de que necessitava, produzidos por outros, à entrega às classes dominantes dos artefactos produzidos como tributo. Os artesãos existentes nas zonas rurais viviam do exercício de ofícios, em vez da agricultura, como alfaiates, sapateiros, ferreiros, ferradores, preparadores de peles, etc. Trabalhavam parcialmente para os camponeses, frequentemente sob a forma de troca directa. Por exemplo, um vaso de cerâmica por uma certa quantidade de trigo. Em geral, gozavam dum estatuto social mais elevado que o dos camponeses. Os mais privilegiados eram os metalúrgicos e os joalheiros.
Antes de iniciar a transformação o artesão é responsável pela selecção da matéria-prima a ser utilizada e pelo projecto do produto a ser executado manualmente. Todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado é da sua responsabilidade. Pode-se exemplificar com os oleiros que obtinham o barro e o modificavam, os caiadores que fabricavam a cal ou os tecelões possuidores de gado lanígero. A