Trabalho: o desafio democrático
Faculdades Doctum un. Carangola.
Curso de Direito
Atividade Interdisciplinar
Título do texto: Trabalho: o desafio democrático
Autor: Leonardo Mello e Silva
Fonte: Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 14(2): 37-70, outubro de 2002.
RESUMO
O contexto social e político sobre o qual se estabelece a relação construída entre o Estado, o governo e os movimentos sociais do país, nos últimos anos, reflete a importância da necessidade de rediscussão do assunto. Não obstante estarem esses temas sempre em voga na mídia, movimentos sociais e movimentos sindicais possuem relações intricadas. Por vezes confunde-se a temática que envolve cada um dos temas, de forma a se atribuir ao movimento social o que propriamente denomina-se por movimento sindical. Diante de uma gama de definições e mesmo proposições, pode-se conceber, genericamente, por movimento social a ação conflitante dos agentes das classes sociais, que por seu fim, evidencia a “luta de classes”. Por sindicalismo ou movimento sindical entende-se ser o movimento social de associação de trabalhadores assalariados para a proteção dos seus interesses. A própria definição genérica de cada termo aponta as diretrizes a serem tomadas por cada um deles. O movimento sindical é independente de qualquer outro movimento, uma vez que delibera entremeio a questões que envolvem o capital e o trabalho, sendo, portanto, um movimento específico de uma classe social, a operária. Nesse sentido, o movimento sindical tem por princípio e fundamento a transformação no que tange às desigualdades econômicas de classe, o que torna relevante o seu papel político de agente de transformação social alcançado mediante a luta de uma classe em comum. É por ser considerado um dogma político, no qual os trabalhadores agrupados em sindicatos dispõem de um papel ativo na condução da sociedade, que o movimento sindical diferencia-se do movimento social. Mediante a abordagem anterior, sustenta-se que,