trabalho e subjetividade
Elaine Cristina de Souza2
Daniela de Figueiredo Ribeiro3
1.
INTRODUÇÃO
O trabalho é o meio pelo qual o homem busca suprir suas necessidades, alcançar seus objetivos e se realizar. A palavra TRABALHO vem do latim Tripularium, que tem como significado “instrumentos de tortura”, no entanto, vem passando por um processo de mudanças de significados e sentidos (RIBEIRO E LÉDA, 2004).
O trabalho, por muito tempo, significou fardo e sacrifício, sendo visto como punição para o pecado. Somente a partir do Renascimento que o trabalho foi concebido como fonte de identidade e auto-realização humana, e a partir daí foi visto como desenvolvimento e condição necessária para a liberdade.
Com o advento da industrialização, passou-se a ter uma intensa valorização do trabalho, em que o indivíduo se transforma em um trabalhador livre e vende sua força de trabalho
(ENRIQUEZ, 1999). Por outro lado, na Revolução Industrial a emoção, expressa pelo sentimento e a percepção do trabalhador, é retirada do local de trabalho, e a racionalização é o que mais se repete no mundo dos negócios (RIBEIRO E LÉDA, 2004).
Nesta perspectiva, Chanlat (1994) afirma que o trabalhador vivencia uma maior alienação, na medida em que o tempo de trabalho, no interior das instituições, é controlado, e os resultados frentes às metas a serem alcançadas passa a ser responsabilidade do empregado.
De acordo com Fernandes (2008), à medida que o processo de trabalho na indústria movido pela lógica do capital vai se racionalizando, as práticas de camaradagem entre os colegas de trabalho vão, assim dizendo, entrando em declínio, pois o ritmo de trabalho dificulta, e até mesmo impede esse tipo de relação. A autora comenta a decomposição cada vez maior das tarefas e a pressão decorrente da extrema vigilância exigida para sua execução, eliminando, assim, as