Trabalho e Emprego
Pelo motivo do psicólogo organizacional e do trabalho, em grande parte do tempo, se ocupar de questões referentes ao trabalho remunerado. Consideraremos como delimitadoras do trabalho, as características socioeconômicas. Pode-se justificar essa limitação, utilizando o exemplo de BRIEF e NORD (1990), que divulgaram sua escolha em utilizar o significado econômico do trabalho, afirmando que o trabalho é o que se recebe algum valor financeiro para realiza-lo. No entanto, os autores não querem reduzir o significado do trabalho somente a uma dimensão econômica, mas que se essa característica estiver inclusa, o trabalho será objeto de estudo.
O contrato de trabalho, é considerado uma barreira na literatura que estabelece diferenças entre trabalho e emprego. JAHODA (1987), como alguns outros autores, demonstraram preocupação com a referida diferenciação. Segundo a autora, o emprego é uma forma específica de trabalho econômico (que pressupõe a remuneração) regulado por um acordo contratual (de caráter jurídico). BLANCH (1996), se utilizando da diferenciação de JAHODA, afirma que emprego, implica reduzir o significado do trabalho a um valor de troca, como sendo apenas uma mercadoria. Esta separação é importante, pois implicará de forma direta na metodologia de se analisar os problemas atuais do trabalho. Como exemplo, a autora cita que, considerando tal separação, será mais correto contrapor o desemprego ao emprego e não discuti-lo como o contrário de trabalho. JAHODA (1987), adverte que, quase nunca na literatura em geral, esta diferença é considera, e que o uso dos termos trabalho e emprego, são considerados como sinônimos, pois já está fixado em nossa cultura, e por este motivo continuamos cometendo tal equivoco. Os significados em ciências humanas não são neutros, e sempre trazem junto os juízos de valores implícitos (ou explícitos).
Esta simples questão linguística, acaba por atrapalhar a interpretação sobre o papel do trabalho na sociedade e