Trabalho sem Emprego
Trabalho sem Emprego
José Pastore
Uma das características mais marcantes dos mercados de trabalho do mundo atual é a substituição gradual do emprego fixo, de longa duração e em tempo integral por outras formas de trabalhar. O emprego, caracterizado pela posição que o trabalhador ocupava de forma contínua numa empresa, está em franco declínio.
Dentre as novas formas de trabalhar, citam-se o trabalho em tempo parcial, a subcontratação, a terceirização, o trabalho por projeto (que tem começo, meio e fim) e o realizado à distância como, por exemplo, o "teletrabalho" e o "telecommuting".
O trabalho em tempo parcial, por exemplo, vem aumentando na maior parte dos países avançados, conforme indicam os dados da tabela abaixo. Os números são expressivos. Entre 1986 e 1995, a maior parte dos países desenvolvidos apresentou um forte salto na participação desse tipo de trabalho.
Por exemplo, na Austrália, o trabalho em tempo parcial cresceu de 20% para quase 25%, ou seja, um aumento de 25% em menos de dez anos. Na Bélgica, o salto foi de 9,4% para quase 14% - o que representou um aumento de 45%. Na Holanda, aquela proporção passou de 25,3% para mais de 37%, ou seja, 47% de aumento. E a Irlanda quase dobrou a referida proporção.
Todos esses países apresentam um franco crescimento dessa modalidade de trabalho. As estimativas projetadas para o ano 2000 indicam que o fenômeno vai continuar.
Os países que, em 1995, apresentaram as menores taxas de tempo parcial foram Luxemburgo (7,9%), Portugal (7,5%), Itália (6,4%) e Grécia (4,8%). Mesmo assim, as projeções para o futuro indicam um ligeiro avanço na participação do tempo parcial no total da força de trabalho ocupada.
Trabalho em Tempo Parcial
Em Países Selecionados - (%) Países
1986
1995
2000*
Alemanha
12,9
16,3
17,0
Austrália
20,0
24,8
28,0
Bélgica
9,4
13,6
15,0
Canadá
15,2
18,6
20,0
Dinamarca
23,7
21,6
25,0