Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos
Dermeval Saviani
Com esse trabalho podemos conhecer melhor, os fundamentos históricos ontológicos da relação trabalho educação. Essa afinidade nos é mostrada em várias etapas, e é bem esclarecedor ao descrever os princípios de como surgiu o capitalismo, a divisão de classes, o comércio e, por conseguinte a divisão da educação, passando pelo comunismo inicial e prosseguindo no tempo até o comunismo de Marx e Lênin. Também nos é apresentado a discussão sobre educação politécnica, como ela acontece nos dias de hoje e a algum tempo atrás, quando o mundo passou a exigir um profissional mais qualificado e exercendo várias funções.
Vemos que o autor aponta filósofos como Aristóteles, que acreditava que a diferença do homem e dos outros animais seria a racionalidade considerando o trabalho como não digno dos homens livres, para discutir a importância no trabalho.
Outro filósofo, Bérgson, dizia que, diferente dos animais que se adaptavam a natureza, no nosso caso, nós adaptamos a natureza a nós e que, o homem se destaca da natureza para existir e produzir sua própria vida. Portanto, o trabalho é agir sobre a natureza e transformá-la em função das necessidades humanas.
No início tudo era compartilhado e não havia divisão de classes, característica do comunismo primitivo, nas comunidades primitivas, onde os homens apropriavam-se coletivamente dos meios de produção da existência e nesse processo educavam-se e educavam as novas gerações. A educação era considerada vida, hoje não mais, pois é apenas uma preparação para a vida.
A divisão de classes sociais, modelo válido até hoje, surgiu com a apropriação privada da terra, provocando a ruptura da unidade vigente nas comunidades primitivas e, provocou o desenvolvimento da produção do trabalho. Com essa divisão dos homens a educação também se dividiu, uma para a classe proprietária, identificada como a educação dos homens livres, e outra para a classe não