Trabalho e Capital Monopolista Harry Braverman Cap 1 e 2
Capítulo 1 – “Trabalho e Força de Trabalho”
O trabalho humano é consciente e proposital, ao passo que o trabalho dos animais é instintivo. Assim, o trabalho como atividade proposital, orientado pela inteligência, é produto especial da espécie humana e a espécie humana é um produto especial desta forma de trabalho. “Ao agir assim, sobre o mundo externo e transformá-lo, ele ao mesmo tempo modifica sua própria natureza” – Marx. O trabalho que ultrapassa a mera atividade instintiva é assim a força que criou a espécie humana e a força pela qual a humanidade criou o mundo como o conhecemos.
Onde a divisão de função no seio de outras espécies animais foi atribuída pela natureza e impressa no genótipo sob a forma de instinto, a humanidade é capaz de uma infinita variedade de funções e divisão de funções com base nas atribuições da família, do grupo e sociais.
Ex: A aranha tece sua rede de acordo com uma incitação biológica e não pode delegar esta função a outra aranha, desenvolvendo esta atividade por ser inerente à sua própria natureza. Já os homens e mulheres, possuem os padrões de trabalho definidos pelas formas sociais. Deste modo, os animais possuem como inviolávela unidade entre força motivadora do trabalho e o trabalho em si mesmo, enquanto os homens não. Assim, a ideia concebida por uma pessoa pose ser executada por outra.
O autor define que os economistas burgueses estão interessados nas relações dos preços, na produção e no ponto de vista burguês, em detrimento das relações sociais, do trabalho, e do ponto de vista humano.
O objeto de análise passa a ser não o trabalho geral, mas o trabalho nas formas que ele assume sob as relações capitalistas de produção. Defende que, por mais que as relações capitalistas exijam intercâmbio de relações, mercadorias e dinheiro, o traço principal destas é a compra e venda de força de trabalho. Para