trabalho sobre tuberculose
Morrone N
Opinião
Diagnóstico da tuberculose em sintomáticos respiratórios.
Comentários a respeito das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Ministério da Saúde*
NELSON MORRONE 1
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e o Ministério da Saúde promoveram uma reunião em Brasília para traçar uma orientação geral em relação à tuberculose. Do encontro resultou a publicação neste Jornal das "II
Diretrizes Brasileiras para a Tuberculose" em julho de 2004, com o acréscimo de "Tuberculose. Guia de Vigilância Epidemiológica", do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepil/ FUNASA).(1)
A promoção do encontro merece os maiores elogios, pois discutiu um dos mais importantes problemas brasileiros de saúde pública e reuniu grandes conhecedores do assunto.
Reafirmando conceitos expressos anteriormente em documentos oficiais brasileiros,(2-5) entretanto, as Diretrizes, em meu entender, chocam-se com a opinião da imensa maioria dos pneumologistas em vários aspectos. Neste comentário, pretendo demonstrar a irracionalidade referente ao diagnóstico dos sintomáticos respiratórios.
Assim, e após declarar que "Reconhecidamente, a pesquisa bacteriológica é o método prioritário, quer para o diagnóstico, quer para o controle da tuberculose", é afirmado que "O estudo radiológico convencional torácico é indicado sempre como método auxiliar, e, em especial, nos seguintes casos: sintomáticos respiratórios negativos à baciloscopia do escarro espontâneo; contatos de pacientes bacilíferos, de todas as idades, intradomiciliares ou institucionais, com ou sem sintomatologia respiratória; suspeitos de tuberculose extrapulmonar; infectados pelo vírus da imunodeficiência humana ou com a síndrome da imunodeficiência adquirida". Entretanto, em outro trecho, o documento reconhece que "a radiologia é um relevante instrumento diagnóstico" e que "presença de
cavidade provavelmente é decorrência do diagnóstico