Globalização e identidade são duas palavras com sentidos diferentes que jamais estiveram tão próximas, sobretudo se utilizadas na definição das políticas sociais, econômicas e culturais. Por mais que afetem o lado das pessoas, nas suas identidades construídas nos contextos em que se inserem, as mudanças em curso são globais e atuam em dimensões que têm como traço comum a compressão do espaço e a criação de lógicas que configuram uma racionalidade econômica, embora a globalização, acima de tudo, seja política, tecnológica e cultural. Por isso, a globalização contribui para a reconfiguração de identidades pessoais, profissionais, nacionais e supranacionais, impondo a outra uma escala novas regras e novos procedimentos para a resolução dos problemas colocados no âmbito da sociedade do conhecimento, intersectada pelo neoliberalismo, pelas novas tecnologias de comunicação e pelo mundo da informação, no contexto do capitalismo informacional, na base das quais se encontram racionalidades técnicas e modelos de comportamento que levam à recontextualização de políticas educacionais. Aceitando-se que globalização é uma ideologia dominante imposta e regulada pela lógica de mercado, com vista à instituição de novas identidades, analisamos, neste texto, de que modo a globalização contribui, por um lado, para a adoção de um padrão comum em termos educacionais, na base de uma identidade supranacional ao nível das políticas econômicas e sociais e das políticas de educação e formação, e por outro, para a convergência das práticas escolares ao mesmo tempo em que os discursos são legitimados pela noção de descentralização e pelo reforço da autonomia das escolas no que diz respeito ao seu projeto educativo e aos seus projetos curriculares. As políticas de identidade profissional, e dada a homogeneidade imposta pela globalização, nem sempre se coaduna com a identidade legitimadora derivada da dominação instituída pelo poder nacional e supranacional. No entanto, a identidade de