Teotihuacan - análise iconográfica
Este trabalho se configura como um esforço inicial para conhecer e compreender mais amplamente a produção iconográfica do povo de Teotihuacan. É importante notar que a concepção de ‘arte’ é uma concepção posterior à produção em pauta. Difícil impor conceitos e parâmetros nossos numa sociedade e cultura tão longínqua. Pode-se pensar na possibilidade de que aos pré-colombianos não interessasse, e talvez nem sequer ocorresse, fazer ‘arte’ (pela arte); o que sabemos que tratavam de fazer era comunicar mensagens de maneira visual. O esforço de estudiosos agora é de decodificá-las e interpretá-las, e não somente de apreciá-las enquanto manifestações de cunho artístico.
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Por volta do início do século V a.C., começou a ser construída uma das mais impressionantes cidades Mesoamericanas: Teotihuacan. A cerca de cinqüenta quilômetros da atual cidade do México, a cidade parece ter se expandido muito e formado um verdadeiro Império, sob o qual estavam submetidas vastas áreas, desde o planalto Mexicano, até a zona conhecida como Monte Albán.
“Teotihuacan”, em nahuatl, língua dos astecas, significa “o lugar onde se tornam deuses”( LEHMANN, Henri. Arte Precolombiana em Mesoamérica. Guatemala: Editorial José de Pineda Ibarra, 1980, p.51.
). A cidade foi assim denominada porque os mexicas e outros povos nahuas do período pós-clássico acreditavam que a metrópole havia sido local de origem da era do Quinto Sol. O local está relacionado com a narrativa do povo local sobre a criação do mundo e do homem pelos Deuses. Está relacionado, então, à cosmovisão de seu povo. Ali, segundo a mitologia, Nanhuatl e Nahuitecpatl teriam se atirado voluntariamente numa fogueira, tornando-se, respectivamente, o Sol e a Lua. Aqui temos um claro exemplo das dualidades, forças antagônicas (e complementares), tão importantes na Mesoamérica.
A cidade de Teotihuacan, com aproximadamente um quarto de milhão de habitantes no seu auge, teve forte