TRABALHO SERMÃO DO BOM LADRÃO
“[...] porém na lei natural, que é indispensável, e manda restituir a quem pode e tem com que, tão fora esteve de variar ou moderar coisa alguma, que nem mesmo Cristo na cruz prometeria o Paraíso ao ladrão, em tal caso, sem que o primeiro restituísse”. Os dois trechos, o primeiro da reportagem e o segundo do sermão de Vieira, são análogos por exporem a coerção necessária do arcabouço governamental sobre criminosos, tamanho rigor da lei positiva sobre suposta aquisição ilícita. Essa lei é comparada, na obra de Vieira, à lei divina. O ato que se consuma em “bloqueou bens” é medida rigorosa da corte, que “tão fora esteve de variar ou moderar coisa alguma”, e está atrelada a “mandar restituir a quem pode e tem com que”, já que é medida preventiva para o suposto ilícito, tendo em vista o grande valor das posses do acusado. “O ex-diretor é responsável por parte das perdas [...] Nos depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, em regime de delação premiada, ele admitiu ter recebido propina para ‘não atrapalhar o negócio’“. “[...]Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram as permissões.”
Esses dois trechos, o primeiro advindo da reportagem do ESTADÃO e o segundo do sermão de Antônio Vieira, são análogos por tratarem não apenas do ato de concessão ilícita, mas também da compra de sua permissividade. O fato de ter recebido propina para ‘não atrapalhar’ revela que foi permitido que “outros furtem”, sendo que estes “compram a permissão”, a partir do momento que ofereceram a propina.
“Dilma chefiou o colegiado de 2003 a 2010. Em março do ano passado, em nota ao Estado, ela disse que, ao aprovar a compra de Pasadena, se embasou em parecer ‘técnico e juridicamente falho’ sobre o negócio, apresentado pelo então diretor Internacional da companhia,