SERM ES DO PADRE VIEIRA
O autor e sua obra:
Antônio Vieira foi um autor barroco cuja obra alcançou uma repercussão mundial. Nos Sermões, há o domínio extraordinário da língua portuguesa. Fernando Pessoa, o grande poeta, o celebrava como “um gênio de perfeição linguística”.
Todo texto de Vieira é político, quando ele pregava, estava agindo, daí podermos afirmar que a plasticidade de sua palavra nunca foi inofensiva. Assim, quem lê os Sermões é aquele que quer pensar, que quer refletir o poder das palavras e o comportamento ético do ser humano.
Os temas de sua obra são atemporais. Ele trata de assuntos como: a corrupção, a insensibilidade, a falta de respeito pelo outro e, ainda, sobre a retórica. Ele demonstra, com clareza, como persuadir, como ser convincente, como atingir o outro por meio das palavras.
Sobre a sua literatura, pode-se classificá-la como pertencente ao período barroco. Sua obra constitui-se de cerca de 200 sermões, 500 cartas - importantes documentos históricos que abordam a situação da Colônia, a Inquisição, os cristão-novos, a relação entre Portugal e Holanda, entre outros fatos - e, ainda, profecias.
Utilizando a retórica jesuítica no trabalho das ideias e conceitos, Vieira mostrou-se um barroco conceitista, no desenvolvimento de ideias lógicas, destinadas a persuadir o público. Seus temas preferidos foram: a valorização da vida humana, para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do sofrimento, porque nele está o caminho da salvação. Além da exploração metalinguística com a qual discutia o próprio sermão.
Sermão da Sexagéssima
O sermão da Sexagésima foi proferido em março de 1655, na Capela Real de Lisboa em um auditório constituído, em sua maioria, por pregadores dominicanos, os grandes adversários dos jesuítas em termos filosóficos.
O tema central é a “Parábola do Semeador”, e o núcleo é: A palavra de Deus é semente no coração do homem.
Há a presença de dois recursos estilísticos: a metáfora e a alegoria. Também há a intertextualidade, já que