Trabalho Schreber
1) A foraclusão, ou seja, a rejeição do nome do pai.
2) A perda da bengala (apoio) imaginária.
3) Tropeço no buraco da significação, quando o sujeito é chamado para ocupar um lugar de autoridade.
No caso de Schreber, o desencadeamento de sua psicose se dá no momento em que ele é nomeado para ser presidente da Corte de Apelação de Chemnitz. Por não possuir a função paterna, não ter a inscrição no nome do pai, ela surta quando é chamado para ocupar esse lugar de autoridade do qual não é capaz de assumir, pois não é um sujeito castrado. Schreber tropeça no buraco da significação, à medida que foi chamado para preencher um espaço de poder, da qual não tem suporte para tal, pois não teve a introdução da função paterna, de autoridade em sua vida.
Schreber é um caso de esquizofrenia que tem sua estabilização pela via da paranoia. Portanto, como um sujeito esquizofrênico, Schreber relatava sentir seu corpo despedaçado, destruído, fragmentado e que haveria um amolecimento cerebral. É possível observar que o gozo está no seu próprio corpo, um corpo sem unidades. No início de sua internação, ele manifestava várias ideias hipocondríacas:
“Nos primeiros anos de sua doença, teria sofrido distúrbios em certos órgãos do corpo [...] viveu muito tempo sem estômago, sem intestinos, quase sem pulmões, com o esôfago dilacerado, sem bexiga, com as costelas esfaceladas, algumas vezes teria engolido parte de sua laringe junto com a comida etc.”
A saída da esquizofrenia está na construção de um delírio paranoide. No caso de Schreber, sua estabilização se deu por meio do delírio persecutório (objeto perseguido do médico) e pelo delírio erotomaníaco (objeto de amor de Deus, “mulher de Deus”)
Os psicóticos sempre se colocam no lugar de objetos que devem atender as exigências de um outro, com Schreber não foi diferente. Seu primeiro delírio consiste na transformação em mulher (emasculação), na qual o seu próprio médico (o outro