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RESUMO - Busca-se realizar breve análise da primeira parte do trabalho de
Sigmund Freud sobre o caso Schreber, intitulado “Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia” (dementia paranoides), e comentá-la a partir de estudos psicanalíticos mais recentes. Para isso, resgata-se, primeiramente, a história clínica do paciente, conforme pesquisas de Freud, e, após, procede-se à explicação sobre alguns dos conceitos básicos formulados por
Schreber, com base na teoria freudiana e em textos de outros autores, demonstrando-se que as opiniões podem ser controvertidas.
Palavras-chave: Psicanálise. Schreber. História clínica. Paranóia. Noções.
CRONOLOGIA
1842 – Em 25 de julho, nasce de Daniel Paul Schreber em Leipzig (Lípsia),
Alemanha;
1844 – Morre Anna, irmã de Schreber;
1861 – Schreber, aos 19 anos, perde o pai (que tinha 53 anos);
1877 – Schreber, aos 35 anos (aprox.), perde o irmão mais velho (que se suicida aos 38 anos, com um tiro);
1878 – Schreber se casa aos 36 anos, com Ottlin Sabine Behr. Há referências vagas de “crise hipocondríaca” de Schreber1 nessa época, atribuídas, em geral, ao casamento; 1884 – Primeira crise: aos 42 anos, algum tempo após candidatar-se ao
Reichstag, é internado, por algumas semanas, no Asilo público de Sonnenstein (Dr.
Weber) e, depois, por seis meses na Clínica Psiquiátrica de Leipzig (Prof. Flechsig);
1885 – Alta, em junho;
1886 – Em janeiro, toma posse no Landgericht de Leipzig;
1886 a 1893 – Período a que Schreber se refere como sendo, “em geral, de grande felicidade, ricos de honrarias exteriores e nublados apenas, de vez em quando, pela contínua frustração de esperança de sermos abençoados com filhos”
(p. 23/24). Nessa época sua esposa teve, ao todo, seis abortos espontâneos2;
1893 – Segunda crise: em junho, é informado de que será nomeado para o
Tribunal de Apelação e em outubro toma posse. Em novembro, aos 51 anos, é
internado