Trabalho psicologia
“A base da minha estratégia é desempenho”
Por Alexandre Teixeira
O mineiro Adilson Primo assumiu o comando da Siemens em meio à reinvenção do grupo alemão
Suceder um CEO que marcou época é, por si só, um desafio. Fazer isso em meio à reinvenção de sua empresa, é encrenca dobrada. Adilson Primo, atual presidente da Siemens no Brasil, enfrentou essa situação. Ele tornou-se o número 1 em novembro de 2001, substituindo Hermann Wever, que se aposentou depois de passar 21 anos na companhia, dois terços dos quais na presidência. Engenheiro formado pela Escola Federal de Itajubá (MG), Primo era, então, o responsável pela área industrial e tinha 48 anos. Na época da sucessão, a Siemens no Brasil era uma empresa fortemente associada à área de telecomunicações. De 45% a 55% de seu faturamento, dependendo do ano, advinha desse setor. A unidade brasileira era uma das subsidiárias de melhor desempenho nesse segmento. Foi quando veio, da matriz alemã, a decisão de remodelar o portfólio de negócios do grupo em nível global. As novas diretrizes nasceram de um estudo profundo, de identificação de megatendências globais, que levou anos para ser concluído.
A ideia era concentrar esforços onde a Siemens poderia fazer a diferença: na urbanização e em soluções para o crescimento das megacidades. Elas enfrentam escassez de energia e sofrem com o aquecimento global. Precisam economizar água, enfrentar o envelhecimento da população e a consequente preocupação com doenças crônicas que ameaçam os sistemas públicos de saúde – para as quais o melhor antídoto é a detecção precoce. A companhia reordenou sua carteira de produtos para focar em indústria, energia e saúde. No mundo todo. De um lado, encerrou suas operações diretas com telecomunicações, com a venda de sua área de telefonia móvel e a criação de uma joint venture com a Nokia no ramo de telefonia fixa. Ao mesmo tempo, investiu mais de 25 bilhões de euros na aquisição de empresas, para