Trabalho psicologia
Os insetos já nascem programados. Uma abelha operária não precisa fazer cursos para desempenhar seu papel dentro da complexa sociedade das abelhas. Se um inseto aprende alguma coisa diferente do seu padrão durante a vida, deve ser muito pouco e seus mecanismos de disseminação daquilo que foi apreendido ainda nos são quase desconhecidos. Sabemos que podem trocar informações entre si, porém não parecem capazes de mudar o seu comportamento, que já vem geneticamente definido. Neste contexto, uma abelha rainha não trocará de função com um zangão, nem temerá um golpe de estado por parte de uma líder operária descontente.
Nos animais mais evoluídos parece existir uma progressiva mudança na capacidade decisória individual. A competência de aprender e mudar sua realidade vai crescendo progressivamente entre os répteis, aves e mamíferos. Finalmente, nos primatas o poder do aprendizado e da mudança, se torna cada vez mais evidente. Atingindo seu ápice nos seres humanos.
Mesmo assim a nossa própria capacidade de mudar nosso padrão de comportamento é limitada. Não nascemos 100% programados, porém nascemos indefesos e apenas com o auxílio dos outros, da família e da sociedade conseguimos sobreviver e evoluir. Aprendemos e continuamos a aprender, no entanto, a mudança de nossas crenças individuais, da nossa visão de mundo e dos nossos paradigmas, ocorre com muita dificuldade.
Em nosso mundo a compreensão da realidade, o sucesso e a felicidade exigem uma atitude equilibrada, racional e pouco egoísta. Aprendemos muito mais com os outros e através deles do que exclusivamente por nossa conta. Precisamos de know‐how, mas precisamos muito mais de conselhos. Conselhos de parentes, amigos, profissionais, enfim precisamos aprender a ouvir, ponderar e aceitar.
Durante a história humana alguns profissionais se dedicaram quase que exclusivamente a aconselhar as outras pessoas. Houve uma mudança no perfil daqueles que os consultavam, na abrangência das consultas