Trabalho Piaget
Sanção por reciprocidade
Conflito: Menino de 10 anos, da quarta série, último ano do Fundamental 1, bem maior fisicamente que as outras crianças, diagnosticado com um transtorno de comportamento (agressividade), medicado com ritalina. Ele batia nos colegas, que morriam de medo dele. Em um episódio específico ele foi mais agressivo do que o habitual e tentou enforcar um menino da terceira série, outros tentaram acudir e ele saiu distribuindo pontapés e socos. A criança "enforcada" não queria ir a escola no dia seguinte, com medo do colega.
Resolução: A escola, que é pequena (em uma casa em Perdizes), fez uma roda com todos os alunos para que eles falassem para o menino o que sentiam em relação a ele. Os depoimentos relatavam medo, raiva, injustiça (porque como ele tinha um problema diagnosticado tinha tratamento especial, então seu comportamento era relevado pelos professores). O menino primeiro ouviu sem direito de defesa. Na segunda parte, ele pode se defender, dizer porque motivo batia nos amigos: "porque ninguém gosta de mim", "porque ninguém quer brincar comigo". Ou seja, ele se sentia excluído do grupo e revidava agressivamente. Os amigos então foram questionados, pelos professores, porque o excluíam das atividades: "porque ele é raivoso", "porque tudo tem de ser do jeito que ele quer", "porque ele não aceita as regras das brincadeiras", "porque temos medo dele". Conclusão: todos choraram (tanto o "agressor" quanto os "agredidos"), confessaram seus sentimentos no grupo e foram ajudados a se colocar na posição do outro. E saíram dessa "terapia de grupo" com algumas resoluções (ideias das próprias crianças): 1. O menino agressivo, quanto sentir raiva, ao invés de bater, vai primeiro falar para os amigos o que está sentindo e com vontade de fazer; 2. Se ele não estiver conseguindo falar de tanta raiva (que foi o que ele relatou que acontece), vai se afastar num cantinho e respirar até que tenha condições de pedir falar ou vai procurar