Trabalho infantil, ontem e hoje: o capitalismo sem limites
A base de sustentação do sistema capitalista é a exploração do trabalho. Desde seu advento, nos primórdios da Revolução Industrial inglesa em fins do século XVIII, o trabalho de camponeses expulsos do campo para as cidades era a força motriz do sistema fabril. Nada era recusado ou era batizado por algum princípio ético de dignidade humana: homens, mulheres e crianças eram as forças constituintes do modo de produção. O trabalho infantil sempre foi visto com olhares de cinismo e discurso barato. Em todas as grandes potências que hoje se rotulam de "Primeiro Mundo", têm em comum na sua base constituinte de produção o trabalho infantil em regime de escravidão ou sem-escravidão (ganham tão somente se alimentarem). Não nos iludimos com os princípios da ética capitalista, ou seja, inexistente. Aliás, a moral desse modo de produção não é a primazia da ética, mas do lucro. Não surpreende que até mesmo a China, ex-potencia comunista e agora motor avassalador de um capitalismo que mescla primitivismo técnico e alta tecnologia, fazer uso de trabalho infantil. A base do capitalismo chinês nas disputas mercantis pelos mercados globais está no uso intensivo de mão-de-obra barata que beira a total escravidão. Nenhuma potência do G-8 (grupo dos sete países mais ricos do planeta mais a Rússia) tem autoridade moral para questionar a exploração da mão-de-obra de crianças, sejam elas chinesas, brasileiras ou paquistanesas. Em cada momento do seu tempo, as bases fabris desses países usaram largamente o trabalho de suas crianças para a acumulação e ampliação de suas bases capitalistas. O dinheiro pode apagar da lembrança de alguns homens tais facinorosos episódios,