trabalho escravo: uma ferida que não cicatriza
No dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel. O documento dava liberdade total aos negros no Brasil e levou a princesa a ficar conhecida como “Redentora”.
A história da escravidão de negros no Brasil começa quase junto com o início da colonização do país. Os portugueses precisavam de mão-de-obra para os trabalhos pesados na colônia e não puderam forçar os índios a fazê-lo, já que a Igreja não era a favor disso. Com isso, os portugueses, tomando como exemplo outros países europeus, foram buscar na África os trabalhadores de que necessitavam.
Os negros eram trazidos em embarcações – conhecidas como “navios negreiros” – em péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem. Ao chegarem ao Brasil, eles eram vendidos a senhores de engenho e fazendeiros, que ao adquiri-los como propriedade os forçavam a qualquer tipo de trabalho.
Essa prática durou cerca de 300 anos no Brasil. Apesar de sempre haver aqueles que condenavam a escravidão, o fator econômico foi o responsável por ela ter acontecido por tanto tempo. O país que vivia das produções agrícolas não tinha como manter a economia sem o trabalho escravo. A chegada dos imigrantes e a substituição dos engenhos pelas usinas possibilitaram a diminuição do uso da mão-de-obra escrava.
Nas letras da lei, a escravidão está extinta, porém, em muitos países, principalmente onde a democracia é frágil, há alguns tipos de escravidão, em que mulheres e meninas são capturadas para serem escravas domésticas ou ajudantes para diversos trabalhos.
De acordo com o relatório da OIT de 2001, o trabalho forçado no mundo tem duas características em comum: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de liberdade. Além de o trabalhador ficar atrelado a uma dívida, tem seus documentos retidos e, nas áreas rurais, normalmente fica em local geograficamente isolado.
Vale lembrar que o trabalho escravo