TRABALHO DO PROFESSOR E TRABALHO DE ENSINO
É muito frequente, quando se fala do trabalho do professor, usar categorias do senso comum: trabalhar é utilizar meios para atingir um fim. Nessa perspectiva, os meios considerados são os programas, os métodos pedagógicos, os meios considerados são os programas, os métodos pedagógicos ou didáticos (no sentido francófono) que levam os alunos a aprender a ler ou a escrever tal ou tal tipo de texto (científico, literário...) a resolver tal tipo de problema de aritmética, etc.
Dessa perspectiva a ação do professor é naturalmente considerada do ponto de vista prescritivo ou normativo da instituição: o melhor meio de caracterizar aas práticas pedagógicas, o que faz a sua eficácia, consiste em avaliar a distância entre os desempenhos escolares e o que é definido pela instituição como objetivo de aprendizagem para os alunos.
Do lado da pesquisa, essa ação é também naturalmente considerada de um ponto de vista positivista e aplicacionista: se sabemos como as crianças aprendem, então saberíamos como ensinar a elas. Logo, os professores deveriam integrar em suas práticas os resultados da pesquisa fundamental desenvolvida nos laboratórios ou realizada experimentalmente em campo (sobre os professos de compreensão de textos, os modos de raciocínio científicos, as estratégias de resolução de problemas em matemática, etc.) para que os alunos, em situações comuns, aprendam melhor.
De acordo com esse ponto de vista, os valores desse trabalho não são atribuídos pelas próprias pessoas que exercem o ofício, mas por pessoas que se acham fora dele; e geralmente as ações do professores são submetidas a críticas repetitivas: o que é feito não corresponde ao que deveria ter sido feito, os professores utilizam meios diferentes dos que deveriam utilizar, etc. Foi no campo da psicologia do trabalho e da ergonomia de língua francesa que a atividade passou a ter função heurística, permitindo formular teoricamente a questão da articulação