Trabalho de saude e meio ambiente
/marc-dourojeanni/16433-oeco27156?format=phocapdf23 de Abril de 2008 O biólogo E. O. Wilson, de Harvard, diz que os insetos são tão importantes que se viessem a desaparecer, a humanidade provavelmente não sobreviveria além de uns poucos meses. Uma afirmação tão taxativa, de um dos mais famosos cientistas dos tempos modernos, merece atenção. Por isso, nesta nota, se revisa algumas das razões que motivaram Wilson a fazê-la.
Diversidade e biomassa
A discussão sobre quais são os grupos animais mais diversos é longa e não tem até agora conclusões definitivas. Pode ser que sejam os insetos, mas outros afirmam que a diversidade marinha é bem maior. Para complicar as coisas, existem outros que consideram que as diversidades dos vírus, bactérias e outros microorganismos são ainda maiores. Nessa discussão deve se levar em conta que a diversidade marinha exibe diferenças mais extremas, que determinam um grande número de classes. Mas, não existe no mar uma só classe que, como os hexápodos ou insetos, reúnam tantas espécies. De outra parte, os microorganismos, em especial os vírus, têm uma capacidade mutante enorme que, na prática, implica em novas espécies em poucas gerações, que muitas vezes são efêmeras. Por essas razões, entre outras, não é possível comparar os insetos com esses outros grupos.
O número de espécies de insetos no mundo é muito discutido. As cifras estimadas vão desde poucos milhões até 30 milhões e até a mais de 100 milhões de espécies, segundo o entusiasmo dos autores. Porém a maioria deles situa este número ao redor de 10 milhões de espécies. Vale a pena compreender a explicação de diferenças tão grandes nas estimativas. Por exemplo, o pulo de 10 milhões para mais de 30 milhões de espécies respondeu a descobertas como a do cientista Terry Erwin, confirmada na selva próxima a Manaus e no Parque Nacional Bahuaja-Sonene (Madre de Deus, Peru), onde confirmou que os insetos das copas das árvores são diferentes dos que ocupam